segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
HOT SPOTS
De biodiversidade são considerados como prováveis sítios de refúgios florestais durante os períodos glaciais. São locais com taxas elevadas de especiação. As evidências de alterações na vegetação após a ultíma retratação das geleiras sugerem consequências prováveis do aquecimento globlal (possivelmente de 3°C nos próximos 100 anos), que é previsto como resultado de aumento contínuos de dióxido de carbono atmosférico, pórem as escalas são diferentes.
A PLATAFORMA EM TÓPICOS
Agenda Institucional
· Criar e implementar um Sistema Municipal de Meio Ambiente -
SMMA, que integre os Sistemas Estadual e Nacional de Meio Ambiente;
· Criar e implantar o Conselho Municipal de Meio Ambiente - CMMA–
órgão consultivo e de assessoramento do Poder Executivo, integrante
do Sistema Municipal de Meio Ambiente; e deliberativo, no âmbito de
sua competência, com caráter paritário entre poder público e sociedade
civil;
· Instituir o Fundo Municipal de Meio Ambiente – FMMA, gerido e
administrado pelo órgão municipal competente. Sua constituição está
ligada ao Sistema Municipal de Meio Ambiente, dispondo a legislação
sobre sua criação, destinação e administração;
· Rever suas estruturas administrativas para implementar a gestão
ambiental por programas, intersetorial e, gradativamente, estabelecer
um processo efetivo e eficaz de licenciamento e fiscalização ambiental
de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local, de forma
compartilhada com os demais níveis de governo;
· Verificar na LOM a previsão da Política Municipal de Meio Ambiente, os
princípios norteadores e objetivos, além dos instrumentos legais de
aplicação: Lei do Plano Diretor, Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano,
Lei de Parcelamento do Solo Urbano, Lei de Proteção ao Patrimônio
Histórico, Cultural e Paisagístico, Lei de Proteção ao Meio Ambiente;
· Regulamentar a Política Ambiental Municipal e seus instrumentos,
previstos em Lei Orgânica Municipal – LOM, especialmente aqueles
previstos no Capítulo de Meio Ambiente;
· Buscar a compatibilização entre as políticas públicas, por meio de ações
que tratem o meio ambiente como tema transversal; a cooperação e a
integração com as outras esferas governamentais - Estado e União -,
fortalecendo o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA;
· Prever recursos no Orçamento Municipal para a implementação do
Plano Municipal de Meio Ambiente e de programas, projetos e atividades
na área ambiental;
· Rever os instrumentos - Plano Diretor e legislação de Uso, Ocupação e
Parcelamento do Solo Urbano - sob a perspectiva do desenvolvimento
sustentável e dos impactos ambientais negativos potenciais;
· Capacitar equipe técnica e criar as condições para efetivar a gestão
ambiental, de acordo com a legislação ambiental municipal, adequando
a estrutura organizacional, as atribuições e as atividades de fiscalização
e monitoramento;
· Criar condições e critérios para a implementação de compras públicas
sustentáveis;
· Aproximar a gestão urbana da gestão ambiental nas cidades, no sentido
de buscar soluções apropriadas que assegurem a qualidade ambiental;
· Promover a formação e implantação de formas de cooperação
intermunicipal, especialmente os consórcios públicos intermunicipais
para a preservação, conservação e recuperação de recursos hídricos,
para a gestão ambiental entre municípios que possuem espaços
territoriais especialmente protegidos ou Unidades de Conservação.
Compromissos do Legislativo Municipal
· Promover a discussão dos instrumentos legais encaminhados pelo
Executivo, referentes à Política Ambiental Municipal;
· Constituir Comissão de Meio Ambiente ou para tratar de temas
específicos, quando necessário;
· Fiscalizar os atos da Administração Municipal, quanto à implantação da
Política Ambiental Municipal e seus instrumentos de gestão;
· Recomendar a alteração do Regimento Interno da Câmara Municipal,
para promover a participação popular nas audiências públicas de
projetos de lei e suas alterações que envolvam a questão ambiental.
Agenda da Cidadania
· Incentivar e promover a mobilização social e a gestão democrática nas
ações do governo local para o desenvolvimento sustentável, com o uso
adequado dos recursos naturais, garantindo o acesso à informação e
transparência na gestão ambiental;
· Promover a discussão e a implantação da Agenda 21 Local, a partir das
diretrizes e objetivos propostos pela Agenda 21 Brasileira, envolvendo o
governo local – Executivo, Legislativo -, o setor privado e as
organizações da sociedade civil;
· Utilizar a Educação Ambiental como instrumento de política ambiental
local e promovê-la em todos os níveis de ensino municipal;
· Ampliar a capacitação de multiplicadores, envolvendo educadores
formais e informais, por meio das Secretarias Municipais de Educação e
Meio Ambiente;
· Formar e capacitar recursos humanos na administração municipal e
sociedade civil para a gestão ambiental;
· Incentivar a participação dos segmentos organizados, por meio da
criação e consolidação de Entidades para estabelecer parcerias na
execução de programas e atividades; e promover programas de
voluntariado;
· Criar um Cadastro para o Registro atualizado das entidades da
sociedade civil, parceiras na construção da Agenda 21 Local, na
realização da Conferência Municipal de Meio Ambiente e na formação
do Conselho Municipal de Meio Ambiente - CMMA;
· Utilizar os mecanismos de participação popular, previstos na LOM, na
regulamentação de instrumentos sobre as questões ambientais, na
aprovação de leis, que afetem direta ou indiretamente, o meio ambiente,
ou na análise de obras e atividades que resultem em significativa
degradação ou impacto ambiental negativo;
· Criar um Sistema de Informações Ambientais e inserir o Município em
Redes de Informação, que propiciem a troca de experiências para a
gestão ambiental, garantindo a democratização das informações
ambientais, como um dos objetivos fundamentais da Educação
Ambiental.
Agenda Temática
Municípios com áreas de Mata Atlântica, de acordo com a Legislação
em vigor.
Águas e Florestas
· Promover, com base no Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, o
zoneamento ambiental municipal, com ênfase nas áreas de mananciais,
o mapeamento das áreas florestais, das Unidades de Conservação, e
das áreas a serem preservadas como paisagens, bens em razão de seu
valor histórico, artístico, ambiental e cultural, entre outras;
· Promover a fiscalização, o controle e o monitoramento, em conjunto com
a comunidade, para a proteção e a conservação deste conjunto de
ecossistemas associados;
· Definir estratégias e políticas de conservação para o meio ambiente,
destacando a proteção, recuperação e conservação dos recursos
hídricos, no âmbito municipal e intermunicipal;
Agenda Compartilhada
· Implementar a gestão ambiental, com a participação do poder público e
sociedade civil, em espaços territoriais especialmente
protegidos/Unidades de Conservação, de forma integrada e cooperada
com as outras instâncias governamentais e com as comunidades
tradicionais, quilombolas e indígenas;
· Articular e promover, com o Estado e União, a efetiva implantação das
Unidades de conservação, participando dos Conselhos Gestores,
envolvendo o poder público e sociedade civil;
· Propor a discussão e articulação dos municípios, para o financiamento
da gestão ambiental; para a definição de critérios e indicadores que
permitam maior eficiência e eficácia na aplicação dos recursos
provenientes do ICMs Ecológico, na gestão ambiental local, e para a
compensação financeira;
· Participação nos Comitês e Agências de Bacias Hidrográficas, para a
definição de critérios na aplicação dos recursos resultantes da cobrança
do uso da água, e na definição de programas e projetos prioritários para
a Bacia Hidrográfica;
· Apoiar a criação e implantação de Reserva Particular de Patrimônio
Natural – RPPN;
· Articular com as outras esferas governamentais a proteção,
conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade,
considerando o estabelecimento de corredores ecológicos, mosaicos e
Áreas de Preservação Permanente - APPs;
· Promover, no âmbito de suas competências, programas e ações
capazes de efetivar a adesão do município aos esforços de mitigação no
atual quadro de mudanças climáticas, visando à redução do consumo de
energia elétrica e de emissões de gases geradores do efeito estufa.
Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo Urbano
· Propor uma política de uso, ocupação e parcelamento do solo urbano,
revendo ou elaborando a legislação urbanística municipal, na
perspectiva do processo de implantação do Plano Diretor, atualizando
de acordo com as diretrizes propostas no Estatuto da Cidade;
· Propor políticas públicas associadas para a geração de emprego e
renda, habitação, parcelamento do solo urbano e proteção aos
mananciais, que evitem a ocupação irregular e clandestina nas áreas
urbana e de expansão urbana;
· Evitar extensas áreas impermeabilizadas do solo, propondo adequados
sistemas de drenagem das águas pluviais, compatibilizando - os com
outros sistemas voltados ao saneamento básico;
· Fiscalizar e Monitorar as Áreas de Preservação Permanente – APPs, em
área urbana e de expansão urbana.
Áreas Verdes
· Propor uma política de criação e preservação das áreas verdes (mínimo
de 12 metros quadrados de área verde por habitante, como
recomendado pela ONU) e de espaços culturais e de lazer, com
incentivo a parcerias com as ONGs e a iniciativa privada;
· Desenvolver projetos de arborização urbana e de recuperação de mata
ciliar e de áreas degradadas;
· Criar Parques e Áreas de Proteção Ambiental - APAs Municipais e
Parques lineares de fundo de vale;
· Propor, em legislação municipal, mecanismo de isenção fiscal (Imposto
Predial e Territorial Urbano – IPTU “verde”), e outras formas de incentivo
fiscal, para imóveis urbanos que mantenham áreas com vegetação
permanente, Áreas de Preservação Permanente – APPs, e aqueles que
preservem áreas florestais remanescentes de Mata Atlântica.
Resíduos Sólidos
· Promover um gerenciamento integrado dos resíduos sólidos;
· Promover e implantar um sistema de coleta seletiva de lixo no município,
com estímulo e apoio às cooperativas e associações de catadores e de
processamento de resíduos, incorporando-os em todos os programas;
· Propor programas e projetos, que eliminem os “lixões” e depósitos de
inertes, recuperando as áreas degradadas e implementando a gestão
dos resíduos sólidos, inserida na perspectiva de uma Política Ambiental
Municipal;
· Retirar os catadores das áreas de disposição de lixo, implementando
programas intersetoriais – geração de emprego e renda, educação
ambiental, eliminação de vetores, disposição adequada de resíduos
hospitalares e ambulatoriais;
· Implementar políticas de incentivo à reutilização e à reciclagem, e para a
instalação de empresas recicladoras, no município;
· Propor e implantar programas de Educação Ambiental, visando ao
consumo sustentável, à reutilização e à reciclagem de materiais;
· Incentivar o setor privado para a criação de postos de coleta de lixo
reciclável e outros que necessitem de procedimentos especiais ou
diferenciados como pilhas, baterias, óleo e pneus, com o objetivo de
evitar a contaminação de mananciais, solo e ar, dada à sua alta
toxicidade.
· Fiscalizar a utilização de caçambas para entulhos, planejando as
estações de recolhimento para os resíduos da construção civil;
· Buscar soluções para problemas comuns, por meio de Consórcios
Públicos Intermunicipais, que visem à gestão integrada dos Resíduos
Sólidos, especialmente quanto à sua destinação final e na implantação
de Centrais Recicladoras.
Turismo Sustentável
· Promover o desenvolvimento sustentável por meio do turismo,
garantindo os direitos das populações, a manutenção do patrimônio
cultural e valores comunitários, e o fortalecimento das economias locais;
· Propor a formulação e implantação de uma Política Municipal de
Turismo Sustentável e sua regulamentação para atividades de baixo
impacto ambiental, com preservação da biodiversidade, organização
empresarial e envolvimento da comunidade local;
· Inventariar as áreas de relevante potencial ambiental e paisagístico e
implementar programas e projetos de infra-estrutura, suporte técnico e
apoio às comunidades locais;
· Promover a implantação do turismo sustentável, com práticas de mínimo
impacto sobre o ambiente natural, sobre o patrimônio histórico, artístico,
arqueológico, espeleológico e paisagístico e bens culturais municipais;
· Integrar uma política para o turismo sustentável, no município, com as
políticas públicas, para a geração de emprego e renda, saneamento
básico, saúde pública e infra-estrutura;
· Incentivar o ecoturismo e turismo rural, como fontes de renda, por meio
de projetos que resgatem as tradições locais;
· Articular os municípios para o planejamento e implantação de programas
e atrativos regionais, e implantar Pólos de Ecoturismo;
· Promover e apoiar a capacitação de guias e monitores locais, a
qualificação das pessoas para os empreendimentos turísticos, buscando
parcerias com as ONGs, setor privado, instituições, universidades, para
atividades ligadas ao ecoturismo, turismo de aventura, turismo rural,
entre outras;
Agricultura Sustentável
· Fiscalizar e Monitorar as Áreas de Preservação Permanente – APPs, em
conjunto com os órgãos estaduais e federais, com os proprietários rurais
e comunidade, para a preservação e recuperação da mata ciliar, topos
de morros, áreas com mais de 45% de declividade, nascentes, entre
outras;
· Promover uma política de orientação à produção agrícola orgânica, na
organização do abastecimento alimentar, com redução gradativa do uso
de agrotóxicos, sem comprometimento da saúde ambiental, pública e
ocupacional;
· Promover cursos de orientação aos agricultores para o uso adequado de
agrotóxicos na agricultura;
· Promover programas e projetos, em conjunto com as Universidades,
ONGs, entre outras, que orientem uma política de proteção à
biodiversidade em áreas de Mata Atlântica;
· Promover a identificação/mapeamento e monitoramento de áreas ou
depósitos que tiveram ou têm agrotóxicos ou substâncias tóxicas
perigosas, evitando usos desconformes;
· Promover e apoiar a formação e implantação de viveiros para reposição
florestal e de mata nativa;
· Promover a capacitação dos agricultores, de cooperativas para o manejo
sustentável das propriedades e para o conhecimento da legislação
ambiental, e incentivar a sua inserção em Programas de Certificação.
· Promover a regularização das áreas de Reserva Legal nas propriedades
rurais, previstas no Código Florestal.
Energia
· Reduzir a demanda em energia elétrica;
· Promover a gestão eficiente da energia elétrica nos vários setores
(centros de consumo) das Prefeituras Municipais – iluminação pública,
prédios pertencentes à administração local e serviços de saneamento;
· Utilizar outras fontes de energia renovável: solar, eólica, solar
fotovoltaica, resíduos, biomassa.
Habitação e qualidade ambiental
· Políticas de Habitação, com programas de regularização urbanística e
fundiária;
· Promover a requalificação urbana e ambiental;
· Prever a oferta de espaços públicos;
· Garantir a re-naturalização de rios e fiscalizar/monitorar as Áreas de
Preservação Permanente – APPs, em área urbana e de expansão
urbana.
Proteção aos Animais
· Propor uma legislação que aumente a proteção e os níveis de bem-estar
dos animais e uma fiscalização eficiente;
· Promover a educação humanitária e o respeito a todas as formas de
vida, em todos os níveis de ensino municipal, por meio dos Grupos de
Bem-Estar Animal, para diminuir os maus-tratos aos animais;
· Introduzir programas de controle de animais errantes, que
representarem um risco para a saúde pública, estimulando a guarda
responsável;
· Promover campanhas de conscientização com relação ao tratamento
dado aos animais de tração, implantando projetos de veterinária, em
parceria com universidades e disponibilizando serviços veterinários a
custos razoáveis;
· Promover campanhas de conscientização contra a matança e captura de
animais vivos na natureza, para a comercialização ou manutenção em
cativeiro;
· Mobilizar e promover campanhas de conscientização para a proibição de
animais em circos.
Fonte: www.sosmataatlantica.org.br
PLATAFORMA AMBIENTAL
Proposta de adoção de uma agenda institucional para a implementação de sistemas nos municípios da Mata Atlântica ganha força no país.
As conquistas a partir da Rio 92 –Conferência das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e Desenvolvimento -, ainda são questões a serem enfrentadas,
em um Brasil urbano, que concentra mais de 80% da população morando nas
cidades. Neste cenário, a Mata Atlântica foi destruída e reduzida a apenas
7,26% de sua cobertura original, incluindo a área mais urbanizada do país, e
abrangendo mais de 120 milhões de habitantes, 67% da população brasileira.
Mudanças no contexto político, na perspectiva do desenvolvimento
sustentável, com a inclusão do referencial ambiental nas políticas públicas e
na Agenda da Cidadania, são prioridades e desafios para a implementação
da Agenda 21 brasileira, das Agendas 21 Locais e dos Planos Diretores
municipais.
O documento objetiva instrumentalizar o cidadão na busca do
compromisso dos governos locais – prefeitos e vereadores –
em uma Agenda Socioambiental.
PRINCÍPIOS
· Meio Ambiente como bem de uso comum do povo;
· Prevalência do interesse público;
· Acesso à informação;
· Participação da população, em conjunto com o governo local, na defesa e
preservação ambiental, para a melhoria da qualidade de vida;
· Priorização das políticas sociais;
· Compatibilização entre as políticas ambientais – nacional, estadual e
municipal;
· Compatibilização das diversas políticas – econômica, de saúde, social, de
uso do solo; mobilidade urbana; educativa e cultural – nos diferentes níveis
de governo, especialmente no governo local, na perspectiva do
desenvolvimento sustentável.
Fonte: www.sosmataatlantica.org.br
CARTA DE MINAS GERAIS
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Adotada pela Conferência Internacional "Diálogos da Terra no Planeta Água"
Belo Horizonte, Minas Gerais, 26 a 28 de novembro de 2008
O Diálogos da Terra no Planeta Água, iniciativa do Governo de Minas Gerais, da Green Cross Internacional, Green Cross Brasil e Fundação Renato Azeredo, com o apoio do poder público, da iniciativa privada e de entidades do terceiro setor, imprensa e comunidade, dentro dos pressupostos das iniciativas no âmbito dos Diálogos da Terra, em benefício das populações e na busca da sustentabilidade da vida no planeta e do desenvolvimento sustentável,
Considerando as resoluções e os princípios estabelecidos no âmbito da Rio 92, visando a garantir a integridade de vida no planeta, em especial o Protocolo de Quioto, a Agenda 21 e a Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas,
Recordando os compromissos assumidos pelos países com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a necessidade de um esforço solidário pelo seu atendimento,
Tendo em mente os princípios éticos da Carta da Terra, que apontam para a necessidade de mobilizar a sociedade civil, empresários, cientistas, ambientalistas, movimentos sociais e governos e as pessoas, em particular, para debatê-la e divulgá-la,
Reafirmando a importância da solidariedade internacional e do aumento da eficácia da atuação de organismos multilaterais diversos,
Tendo em consideração que a água é uma dádiva da natureza e não uma mercadoria, aprendamos com os erros do passado e passemos a considerá-la um importante fator da globalização cultural,
Ressaltando a necessidade de, no atual contexto mundial de mudanças econômicas e políticas, planejar ações voltadas para um modelo sustentável de desenvolvimento, como compromisso com a qualidade de vida das populações, o respeito ao meio ambiente, à biodiversidade e à diversidade cultural, e que se busque a inclusão social e econômica e a erradicação da pobreza,
Considerando ainda a realidade grave da matriz energética global baseada em combustíveis fósseis esgotáveis, das mudanças climáticas e da iminente escassez de água, inclusive para as necessidades humanas básicas,
Admitindo a convicção de que esforços de mudanças estão acontecendo e que orientam para a necessidade de se discutirem experiências bem sucedidas, com avanços importantes na conservação e uso adequado dos recursos naturais para construção do desenvolvimento sustentável,
Recordando a necessidade de obtenção de informações e dados meteorológicos e hidrológicos de boa qualidade,
1. Decide atuar na aceleração do cumprimento das Metas do Milênio e da Agenda 21, proclamadas pela ONU;
2. Conclama a participação no esforço para a conclusão, em 2009, das negociações da Convenção Quadro da ONU para as Mudanças Climáticas, enfocando soluções para os problemas da água, com destaque para harmonização de seu ciclo;
3. Constata que o aprofundamento e a difusão da compreensão de que o desenvolvimento sustentável só é alcançável com mudanças de padrões de consumo e de produção, assim como a atuação para a eliminação da pobreza e desigualdade social, aproveitando a atual crise globalizada como oportunidade para correção de desvios;
4. Ressalta o incentivo às agendas setoriais de compromisso com o desenvolvimento sustentável, permitindo o estabelecimento de metas e o monitoramento de seus resultados, destacando o estabelecimento e a utilização de metodologia para a geração de indicadores de sustentabilidade;
5. Apoia a educação, a popularização da ciência, a comunicação em massa, assim como a divulgação de experiências exitosas, como instrumentos fundamentais para a formação dos cidadãos e o estímulo ao seu engajamento em práticas sustentáveis no seu cotidiano, incluindo conservação e uso adequado da água e valores voltados ao respeito aos seres vivos e ao ambiente;
6. Urge a garantia do planejamento territorial de forma a promover a biodiversidade, o uso adequado dos recursos naturais e, em especial, a água, vinculando as atividades humanas ao território de um modo democrático, participativo e promovendo o desenvolvimento sustentável;
7. Constata a necessidade e a promoção da pesquisa científica e tecnológica para identificar, evitar, mitigar e solucionar os riscos ambientais, facilitando a transferência de conhecimentos e adensando a colaboração Sul-Sul;
8. Reafirma a promoção de iniciativas de cooperação internacional de forma ampla, a gestão compartilhada de bacias hidrográficas, a exploração sustentável dos recursos do mar e da Antártida;
9. Solicita a mobilização de esforços para revitalização ou renaturalização de rios e bacias, bem como da preservação de nascentes, com o compromisso de metas de melhoria da qualidade e aumento da disponibilidade da água, bem como sua conservação nas diferentes fases do ciclo hidrológico, igualmente solicitando a implementação de pagamento por serviços ambientais;
10. Apoia igualmente a proposição de uma política de água para o planeta, dentro do processo multilateral, especialmente no âmbito da conferência de Istambul, tendo os princípios éticos, ambientais e econômicos como base;
11. Ressalta o desenvolvimento e a difusão dos resultados de estudos que esclareçam eventuais dúvidas sobre os impactos no aumento da produção de biocombustíveis sobre o meio ambiente e a produção de alimentos e ressalta ainda o auxílio ao desenvolvimento do relatório especial do IPCC - Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas - sobre as energias renováveis: biomassa, eólica, solar, hidráulica e demais e suas relações com as mudanças climáticas (o relatório deverá ficar pronto em dois anos);
12. Confirma o apoio a iniciativas e ao desenvolvimento de políticas voltadas a garantir o papel dos biocombustíveis na promoção de desenvolvimento sustentável, como elemento capaz de diminuir a emissão de gases que impactam as mudanças climáticas, sempre a partir de áreas já antropizadas;
13. Incentiva os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais a contribuirem com os esforços da Organização Mundial de Meteorologia em coletar dados e informações globais confiáveis;
14. Assegura a garantia da continuidade dos debates e da troca de conhecimentos sobre o desenvolvimento sustentável, o uso e a conservação da água, em comunidades das redes sociais na internet, abrindo à discussão os debates ocorridos neste Encontro;
15. Confirma igualmente levar esta "Carta de Minas Gerais" como uma conclusão do Diálogos da Terra no Planeta Água para fóruns internacionais da água e/ou que tratem do desenvolvimento sustentável, em especial ao Fórum Mundial das Águas de Istambul, em 2009, em suas recomendações com relação a conservação e ao uso e gestão das águas.
E afirma que o sonho de um desenvolvimento sustentável, economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado, se faz realidade se continuarmos unidos pelo diálogo, e fortalecidos pela certeza de que é possível mudar, cada um fazendo a sua parte, e acabando com a cultura de "esperar que os outros e o governo façam por nós".
Belo Horizonte, 28 de novembro de 2008.
Fonte:http://www.dialogosdaterra.org.br/news/read/42
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